Campismo de qualidade em Portugal

Campismo de qualidade em Portugal

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julho/2016 – O campismo em Portugal é praticado a preços muito acessíveis sem, contudo, comprometer a qualidade dos serviços prestados.
Podemos até adjetivar como um “campismo de luxo”, dada a oferta de atividades disponíveis e a qualidade das instalações do complexo.
Isso sem contar com as belezas associadas ao lugares destinados ao lazer do campista, seja de barraca ou veículo de recreação(VR). Fizemos algumas comparações entre o Euro e o Real, para deixar você de boca aberta.

Em nossas viagens, priorizamos os pernoites e escalas em campings. Com isso garantimos uma melhor segurança e prestigiamos essas estruturas, tão importantes para o nosso campismo.
Mas, nem sempre, os valores cobrados frente aos serviços e a qualidade entregues são honestos. A média* hoje praticada no Brasil em diária para campista de barraca é de R$32,00 por pessoa e para o campista de VR é de R$41,00 por ocupante, sem falar em despesas extras de luz ou do veículo que, algumas instalações, ainda oneram ao visitante.

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Ao lado e a seguir, você pode ter uma idéia do que oferece o Bio Parque São Pedro do Sul em Carvalhais, entre as cidades de Viseu e Porto, Portugal.
Além deste complexo aquático (ingresso 1,70€/R$6,15 para crianças, dos cinco aos dez anos e 3,50€/R$12,60 adulto) ainda oferece:
Arvorismo (entre 5 e 8€/R$28,00), deslizar por um toboágua de 200 metros (3€/R$11,00), tirolesa (3€/R$11,00), paredes de escalada (2,50€/R$9,00) ou canoagem (15€/R$54,00), com duração de uma hora.

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Quem quiser conhecer melhor a natureza pode fazer uma atividade de orientação (3€/R$11,00), durante o dia ou à noite, uma caça ao tesouro (3€/R$11,00) ou a rota dos moinhos – um passeio em que são descobertos 13 moinhos, junto à estrada de acesso ao Parque.

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A maioria dos parques de campismo em Portugal oferece barracas para locação (algo que aqui no Brasil nunca deu certo em razão do vandalismo e da falta de critérios e métodos de punição aos infratores). Lá, o pernoite de um adulto sai por (3€/R$11,00) e as crianças, entre os 6 e os 11 anos, pagam (1,80€/R$6,50). O preço da barraca muda conforme o tamanho e pode variar entre os (2,50€/R$9,00 e os 5€/R$18,00).
Eliminando-se os valores das atividades extras, o campista pode pernoitar numa instalação como a do Bio Parque, usando sua própria barraca, por R$11,00, desfrutando da natureza e da beleza gratuita do lugar, incluindo praias, cachoeiras…
Um Motorhome com mais de 6 metros paga (6,00€/R$21,00), mais (3€/R$11,00) por ocupante adulto. Comparando com nossa média, um casal de motorhome aqui, no Brasil, estaria pagando em torno de R$82,00 enquanto que por lá, R$43,00.

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Ao mesmo tempo em que podemos achar que nosso campismo está caro, podemos afirmar que sua ocupação também está baixa, fazendo com que as despesas fixas sejam mal rateadas, pelos poucos visitantes.

Não seria uma boa prática, promover campanhas com tarifas promocionais e testar a resposta dos usuários? Casa cheia, custos variáveis maiores mas, em contra partida, custos fixos melhor rateados. Oferecer atrativos adicionais, principalmente voltados para crianças, magnetizam famílias inteiras que gastam, em troca de um lazer agradável e seguro junto a natureza.
Oferecer um espaço cimentado ou gramado para estacionamento com luz e água, já não atrai o campista mais exigente.

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Vejo muitos campistas em potencial, parando seus equipamentos em postos de gasolina, obtendo a mesma oferta de serviços, tendo como moeda de troca o abastecimento de combustível. É uma concorrência desleal sim, mas é uma realidade. Rodar por nossas estradas pedagiadas eleva em muito os custos totais de um deslocamento. Qualquer economia é justificável, ainda mais quando a opção do camping é desnecessariamente cara e sem atrativos. É totalmente sem propósito, cobrar R$82,00 de um casal visitante para um pernoite, durante um processo de deslocamento.

Sempre procuramos negociar estas distorções e muitas das vezes obtemos sucesso, mas há que se ter argumentação em demasiado, para fazer o administrador entender como atitudes assim afastam os usuários. Se desta vez é somente um pernoite, da próxima poderão ser mais dias e com mais parceiros. Aqui pouco se investe em imagem e em fidelidade. Além disso, são poucos os campings que oferecem serviços de restaurante ou cantina, deixando o campista desprovido de qualquer conveniência.

Muito se há que fazer para melhorar nosso quadro. Alguns movimentos nesse sentido vem sendo realizados por administradores com maior visão empresarial, ao se associarem com outros serviços, mesmo que arrendados, agregando valor ao complexo. Lazer, hotelaria, serviços básicos, conveniência e alimentação não precisam ser atividades fim de uma área de camping, mas, porque não associadas? Muitos, produzindo e catalizando público focados em objetivos comuns!!

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Dois outros ótimos parques portugueses estão entre os melhores da Europa.

Destaque foi dado à Quinta de Odelouca e ao Lima Escape

No ano passado, Portugal esteve em destaque pela qualidade de dois parques de campismo. Na hora de escolher os melhores parques de campismo da Europa, Jonathan Knight, do “Guardian”, elegeu dois portugueses: Quinta de Odelouca e Lima Escape.

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A Quinta de Odelouca situa-se na bacia da ribeira e barragem de Odelouca e é descrita como “um pequeno parque de campismo rural”, “longe do litoral agitado, mas perto das belas praias e povoações do Algarve [cerca de 30 quilómetros] e do Alentejo [perto de 10 quilómetros]”. Este espaço é considerado, acima de tudo, “um sítio para todos os que amam a tranquilidade e a natureza”.

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Já mais a norte, o destaque foi dado a Lima Escape. Este espaço situa-se no Gerês e não faltam opções na oferta que é dada a quem escolhe este local: é possível optar pelo alojamento tradicional de um parque de campismo ou pela estadia em bungalows ou em tendas especiais para quem pretende levar o conceito de glamping mais a sério.

Nesta lista, que foi feita pelo jornal britânico no ano passado, estavam ainda destacados parques de campismo localizados em Espanha como, por exemplo, o Camping Lagos de Somiedo e o Forest Days, perto de Barcelona.
Já em França, a escolha foi o La Ribière Sud e o Camping de Milin Kerhé. Também Itália viu o seu nome na lista por causa de dois parques de campismo: Lo Stambecco e Agricampeggio Madonna Di Pogi.

Eslovénia, Suíça, Luxemburgo e Holanda também figuravam nesta seleção, apesar de terem apenas um parque de campismo cada um.

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), só em maio, os parques de campismo nacionais receberam 113,4 mil campistas que proporcionaram 323 mil dormidas.

Fonte: Jornal I – Sofia Martins Santos – 20/07/2016

* média obtida em nossas viagens, pelos mais de 52 campings que já visitamos pessoalmente, destes 12 são CCB´s.

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