Caraíva, onde o rio encontra com o mar – Porto Seguro, Bahia

Caraíva, onde o rio encontra com o mar – Porto Seguro, Bahia

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Relembrando fevereiro/2010 – voltar a Bahia é sempre um imenso prazer. Desta vez apontamos nossa proa para Caraíva. Uma localidade plantada no encontro do Rio Caraíva com o mar ao sul de Porto Seguro, onde tudo gira em torno do movimento das marés, do sol e do vento.
Quando chegamos a Arraial da Ajuda, descobrimos que os índios Pataxós haviam bloqueado a estrada, logo na saída da cidade, em repúdio a atividades da polícia civil contra um integrante da tribo, aparentemente envolvido com o tráfico de drogas. Pesquisando com os locais, descobrimos um desvio por terra, passando pela praia do Pitinga, que resolveria nosso problema.

Seguimos uma Kombi que tinha o mesmo destino e mapeamos (key points final do post) todo o trajeto (1h15m) para utilizar no futuro. Esses bloqueios não são raros de acontecer. Por sorte não havia chovido no dia anterior, o que facilitou vencer as muitas subidas, descidas, desvios e pontes precárias do percurso de terra. Enfim chegamos ao Rio Caraíva, onde nos separamos do carro, seguindo em canoa até o outro lado (R$2,00 por pessoa). Deixamos o carro sob os cuidados de um morador local, estacionado dentro de sua residência, por razoáveis R$5,00 ao dia.

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Desembarcados, com 2 mochilas e uma mala, fizemos uso de um carrinho de mão para vencer os 700 metros de areia até a pousada Cores do Mar. Nosso apartamento, de frente para a praia, saiu por R$ 140,00 o casal + café da manhã. Fomos recebidos pelos proprietários, Maria e Nengo. Nada a reclamar sobre a pousada. Muito limpa, agradável e com um café espetacular.

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Aproveitamos o entardecer para andar pela praia e planejar o dia seguinte.
Jantamos no recomendado restaurante Culinária Central, logo atrás da pousada, que também passamos a recomendar. Excelente comida, incluindo o saudoso feijão com arroz e salada. O ambiente é tipo pé na areia, muito descontraído e bem apropriado ao lugar.

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O dia de hoje estava planejado para descer o Rio Caraíva de boia, aproveitando a maré vazante. Para isso seria necessário subir o rio, de lancha por 3 kms, até o cais de lançamento das boias. A Maria, proprietária de nossa pousada, chamou o Nandi para fecharmos o passeio. Como ela mesma disse, o Nandi era um orientador de turismo menos “ruidoso” que os demais. De fato, foi muito atencioso, educado e interessado em nossa satisfação e não somente em nosso dinheiro. Na Bahia, os baianos não olham para seus olhos antes de seu bolso. Levem isto a sério. Eles vão dar a volta em você na primeira oportunidade.

caraiva-passeio-de-boiaNosso piloto foi o Tigê, índio Pataxó muito simpático, que mostrou o rio na visão do nativo. Subimos o rio até deixarmos o manguezal e entrar na área de floresta atlântica. Decidimos subir mais um pouco (2,5 kms) até um desvio artificial construído por escravos, para diminuir o tempo de escoamento das toras de madeira. O conhecimento do Tigê sobre plantas e ervas mais a história de seu povo, completou e deu conteúdo ao passeio.
Retornamos ao cais para iniciar nosso retorno de boia. Descemos o rio por mais de hora, desfrutando de muita paz e calma, aproveitando para observar as margens com mais detalhe. O fluxo da maré vazante era bem lento. Muito agradável.

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Já quase chegando ao destino, fizemos uma parada na margem esquerda e subimos uma pequena trilha até o mirante chamado de Varandão, onde se pode avistar a cidade de Caraíva quase por completa. Leve dinheiro para tomar uma cerveja no restaurante. Boiamos até a base das lanchas, onde se encerrava o passeio. Custo R$ 35,00 cada. O passeio de boia sem a subida extra de rio que fizemos, sai por R$ 20,00 cada.
Aproveitamos a carona na lancha do Tigê e saltamos na margem esquerda do rio, para andarmos pela praia até um local chamado de Lagoa do Satú. Num percurso de 4 kms pela praia, chegamos a um braço de mangue de águas muito quentes, que é chamado de lagoa. Vai entender porque?? Parece que Satú é o nome de um dos proprietários daquela área!!

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Enfim, valeu pelo passeio. O azul do mar neste dia estava especial, a água morna e o sol incandescente. Jantamos no restaurante chamado de Mangaba. Outra recomendação que também repassamos. Além da boa comida, a atenção dispensada a nós foi de notar.
Claro que o fato de não viajarmos em alta temporada facilita esta dedicação, mas preferimos acreditar que eles são de fato muito atenciosos.

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O terceiro dia estava já planejado. Visita à Praia do Espelho. O Nandi nos encontrou no café da manhã, e nos acompanhou até o embarque no cais. Pegamos o barco Água Marinha, comandado pelo marinheiro de convés Neves. Ao preço de R$ 50,00 cada, seguimos de barco até a praia do Espelho, passando antes pelos arrecifes de Tatuaçu para mergulho de observação. Com a maré ainda alta, a lâmina de água tinha mais de 2 metros, dificultando em muito a visão dos corais e dos peixes.
Sem muito o que ver, seguimos para a praia do Espelho. Muito bonita, com destaque para as falésias de areias coloridas e a cor do mar de águas mornas. Depois de muito andar e nadar, retornamos a Caraíva. Percurso de 40 minutos de navegação costeira com a companhia de dois golfinhos num momento tão rápido, que não deu chance para nossas câmeras.

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Depois de muito andar e nadar, retornamos a Caraíva. Percurso de 40 minutos de navegação costeira com a companhia de dois golfinhos num momento tão rápido, que não deu chance para nossas câmeras. Depois do banho de água doce, saímos para andar até a parte alta de Caraíva, conhecemos a igreja local, cujo padroeiro é São Sebastião. Um lugar muito especial, pé na areia, como pode-se ver nas fotos a seguir. Jantamos novamente no Mangaba.

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Para o quarto dia programamos ir até a Ponta do Corumbau. R$ 60,00 cada. Como o grupo era praticamente o mesmo, nós alteramos a ordem das coisas, e de acordo com a maré, invertemos o andamento. Fomos primeiro conhecer a praia e a restinga, para depois então ir mergulhar nos arrecifes de coral Corumbau, já com a maré bem baixa.  No caminho, tivemos uma bela vista do Monte Pascoal. A praia de Corumbau nos pareceu muito mais bonita que a do Espelho, a despeito dos rankings patrocinados pelas revistas de turismo.

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A ponta de areia que cresce em direção ao mar, conforme a maré recua, é o ponto alto. Boa estrutura de apoio, com pratos muito bem servidos. Lá comemos ostras recomendadas, que acabavam de chegar e um peixe chamado de Budião. Vimos seus cardumes no mergulho dos arrecifes.

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Voltamos no fim da tarde para Caraíva, num percurso de 50 minutos de navegação costeira, com algum balanço extra, conduzidos outra vez pelo Neves, na mesma embarcação.  Repetimos o jantar no Culinária Central, variando o cardápio.

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Nosso quinto e último dia em Caraíva foi dividido em remar um caiaque duplo pelo Rio Jambreiro, que deságua no Caraíva (R$ 15,00 a hora). Por ser bem estreito, permite observar a vida do manguezal com muita facilidade.

E depois mais um mergulho nos arrecifes de Tatuaçu, desta vez no horário correto. Pegamos uma lancha pequena e saímos para o mar com o Nandi e o Neves, que sabiam com precisão os melhores pontos para observar os corais e a vida marinha dali. Algumas tartarugas marcaram presença também. A variedade de peixes no arrecife era grande, mas os Budiões eram a maioria.

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Retornamos para a pousada e fechamos as mochilas. Voltamos para o carro e seguimos para Arraial D´Ajuda. Nossa nova pousada Recanto do Sol (R$ 75,00 o casal – completo com café). Bem mais barato que Caraíva, mas note-se que o primeiro quarto cheirava muito a mofo. Impossível de ficar. Já o segundo não tinha cheiro, mas o ar condicionado precisava de 3 horas para fazer efeito e o café da manhã era o “basicão”. Ficaram as saudades dos pães, doces caseiros e dos sucos de mangaba e cupuassu da Maria do Cores do Mar em Caraíva.
Banho tomado, saímos para passear a noite pelo quadrado de Trancoso, pensando onde comer. Seguindo as recomendações da pousada, caímos na primeira roubada. Não comam no Portinha, mesmo que orientados. Depois de muita dor de barriga e desarranjo, descobrimos que este self-service mudou de dono. Não pertence mais ao mesmo dono do Portinha de Arraial da Ajuda. Eu comentei comigo mesmo, que havia muita comida exposta para uma Trancoso bem vazia, mas acabei não me ouvindo. Deu no que deu. Uma noite mal dormida e um dia seguinte dos horrores.

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Mesmo duvidando se iríamos conseguir passear sem contratempos intestinais, saímos para andar e aproveitar nosso último dia (sexto). Visitamos a Igreja de São Benedito no quadrado de Arraial D´Ajuda, descemos para a praia dos Nativos e tocamos em direção ao Rio da Barra, uns 4 kms adiante pela orla, já em Trancoso.

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Cruzamos o braço de mangue do Rio Trancoso no fim da maré vazante e chegamos no Rio da Barra, já na maré montante. Ambientes de rio e mar muito especiais.

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Paramos no quiosque e restaurante Rio da Barra, para descansar da caminhada e tomar uma gelada. Lá conhecemos a Tchara, uma atendente espanhola que ratificou a história do restaurante Portinha. Pedimos uma porção de Bruschetta (torrada com queijo derretido, tomate e orégano) e ficamos ali por algumas horas apreciando o encontro do rio com o mar, até pegarmos o caminho de volta para a pousada.

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Vencida a distância de 5 kms de areia na volta, com sol e travessias nos canais de maré, vieram o banho e o descanso merecidos.

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A noite, saímos para decidir onde comer e comprar algumas lembranças. Desta vez decidimos jantar no Restaurante Silvana & Cia. Ótima e acertada opção. Fica logo no começo do quadrado, do lado direito. Atendimento muito educado, preços bem honestos, cerveja gelada e caipivodka no ponto certo. Os pratos de frutos do mar são o destaque.
Lá encontramos um casal amigo (Alex e Priscila), nossos companheiros de passeios, que conhecemos em Caraíva. Ali encerramos nosso dia.

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Nosso sétimo dia foi dedicado a andar pela praia dos Coqueiros, Trancoso, durante a maré baixa, que por estarmos em lua cheia, estava em sua maior amplitude.

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Voltamos cedo, fechamos nossa conta e viramos a proa para Porto Seguro. Ficamos hospedados no Hotel Porto Real (R$ 70,00 completo), bem próximo da Passarela do Álcool e do embarque para o passeio de Recife de Fora. Depois de acomodados, almoçamos no Mirage, bem ao lado (self service mais ou menos). Na dúvida, comemos macarrão e arroz (enfim, pra que arriscar?). Descansamos um pouco e saímos para comprar lembranças e rever a passarela do álcool. Muito diferente de 9 anos atrás (2001). Não arriscamos comer por ali. Antes de dormir, passamos no SubWay e preparamos uns sandubas bem sadios.

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Nosso último dia de viagem estava reservado para revisitar Recife de Fora. Logo cedo (7:30h) pegamos o barco e seguimos mar adentro. Trinta minutos depois já desembarcávamos nos arrecifes. Pudemos ver que o cuidado com o pisoteamento  e a reserva de áreas específicas para turismo vem sendo discutido desde o embarque. recide-de-fora-trancoso4
No local, voluntários não remunerados tratam de orientar os turistas quanto ao comportamento ideal e os objetivos do cuidado. Fazem um trabalho de apresentação da vida marinha, identificando espécimes e descrevendo seu modo de vida. Nesta oportunidade o projeto do qual participavam estes voluntários era o Coral Vivo.
Pudemos verificar que a vida marinha ainda é bem abundante. Muitos peixes mesmo. Grande parte em cardumes, que ficam aprisionados nas piscinas, aguardando a maré alta.

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Aproveitamos a tarde para conhecer a parte alta, área histórica de Porto Seguro, seu casario, Igreja, e o marco do descobrimento com uma interessante cronologia da bandeira nacional. Para ver clique aqui.

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Acabou-se o que era doce. Dia seguinte, logo cedo, tocamos para casa, no Rio de Janeiro.
Todas as coordenadas dos atrativos visitados nessa viagem estão neste arquivo.kmz, que pode ser aberto diretamente no Google Earth.

18 Comments

  1. Carlos, Gleidys e Fredy outubro 22, 2016
  2. Carlos, Gleidys e Fredy outubro 22, 2016
  3. Carlos, Gleidys e Fredy outubro 22, 2016
  4. Carlos, Gleidys e Fredy outubro 22, 2016
  5. Adriana Magalhães outubro 22, 2016
  6. Carlos, Gleidys e Fredy outubro 22, 2016
  7. Deisy Rodrigues outubro 22, 2016
  8. Carlos, Gleidys e Fredy novembro 1, 2016

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