Cachoeira do Fundo em Aiuruoca, sul de Minas Gerais

Aiuruoca, trilhas e cachoeiras no sul de Minas Gerais

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Relembrando outubro/2010 – A cachoeira dos Garcia é a imagem símbolo do turismo em Aiuruoca, fundada em 1706 e também conhecida como a cidade “Canto do Encanto”.
Localizada no sul de Minas Gerais, Aiuruoca em tupi quer dizer Casa ou Ninho do Papagaio. Os orifícios onde se aninhavam e reproduziam os papagaios Ajurus, nos penedos do Pico do Papagaio, símbolo maior do lugar, são testemunha dos primeiros bandeirantes. Aproveitamos uma janela de bom tempo no final de outubro e colocamos o carro na estrada.


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A pousada escolhida foi a Pé da Mata, no Vale da Pedra.
Essa escolha foi estratégica. Além dos atrativos do lugar, da qualidade dos serviços oferecidos e da hospitalidade dos proprietários (Elaine e Samir), ficamos instalados junto ao Vale do Matutu, nosso objetivo principal.
Nosso chalé era bem confortável, completo, com frigobar e lareira. A paz do lugar completa o cenário.
Para quem rodou bastante, nada melhor que um almoço de comida da roça, feito no fogão a lenha com o carinho da cozinheira da pousada (Lúcia).

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Esta foi a primeira viagem de nosso novo companheiro, o gato Fredy, um alegre e curioso representante da raça Bengal.

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Na manhã seguinte, tomamos o café da roça, com tudo de bom (queijos, pães variados, bolachas, bolos, frutas, doces, sucos…) e o pãozinho de queijo soltando fumaça. Saímos prontos para conhecer o lugar. Seguimos mais 4 km a frente e fomos conhecer o Casarão do Matutu, onde está instalada a Associação de Moradores e Amigos do Matutu.

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Ali fizemos contato com o Lázaro, guarda florestal responsável pela área do parque e presidente da Associação. Pegamos algumas dicas e agendamos um guia local para o dia seguinte. O destino seria fazer a trilha da Cachoeira do Fundo. Acertados, seguimos para nosso objetivo do dia, a Cachoeira dos Garcia. Rodamos de volta para Aiuruoca e de lá pegamos o asfalto até a saída de terra que leva ao Vale dos Garcia.

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Considere que fazer o trecho de terra com carro de passeio baixo, pode resultar em sérios problemas. Numa investida anterior, as pedras altas maltrataram muito o protetor do cárter e os pneus finos de nosso Celta.
Cachoeira imponente, com 30 metros de altura e de características particulares. A despeito do sol forte e de toda a poeira do trajeto, a água extremamente fria continuava pouco convidativa. ─ Afinal, você é um homem ou um rato??

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Se decidir descer o curso da água, vai encontrar outros pontos, poços e hidros espetaculares.

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O percurso de volta até Aiuruoca é muito bonito. Vale a pena ficar atento à beleza do vale e das montanhas. Um breve filme dessa imponente cachoeira.

Para aproveitar melhor o dia, fomos na Casa de Cultura de Aiuruoca para identificar um guia local. Contatamos o Carlos (35 9983-2217), da Horizonte Vertical, que prontamente se colocou à disposição. Pegamos nosso guia e seguimos em direção ao Vale do Matutu. Após 5 kms de terra, deixamos o carro e iniciamos nossa trilha para a primeira cachoeira, de nome Divino (referência a um antigo morador). Trilha leve, percorrida em 30 minutos. Coordenadas marcadas no final do post.

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Retornamos para a trilha e fomos conhecer a Cachoeira Deus me Livre (o nome vem da grande dificuldade de acesso ao local, antigamente). Toda a trilha é muito bonita proporcionando sempre uma boa foto.

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A seguir 2 pequenos filmes destas lindas cachoeiras.

Mesmo sem sol, aproveitamos muito as duas cachoeiras. A tal chuva que nos rodeava decidiu cair. Foi a conta de descermos a trilha e pegar a estrada de volta, para deixar nosso guia novamente em casa. O temporal desceu com força e muitos ventos. Fizemos os 16 kms até a nossa pousada desviando de grandes galhos lançados na estrada. Pegamos o pior da tempestade ainda em Aiuruoca. Quando chegamos ao chalé, a tormenta já havia passado. Até granizo caiu.
Já era fim de tarde e nossa fome muito grande. Foi o tempo de tomar um banho e sentar a mesa para um almoço ajantarado bem mineiro. Daí pra frente foi esperar a noite cair e o sono chegar. Coordenadas das trilhas no fim do post.

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Acordamos com a difícil tarefa de decidir o que comer na farta mesa de café da manhã. Cumprido este ritual, seguimos para o Vale do Matutu para encontrar o guia, que nos levaria até a Cachoeira do Fundo. No caminho pudemos ver parte do que o temporal de ontem produziu.
Na Associação dos Moradores, encontramos novamente com o Lázaro, que apresentou nosso guia Xairon. Um rapaz da comunidade com 15 anos de idade, que estuda em Juiz de Fora e passa os fins de semana com a família no vale. O cuidado na nossa condução e a atenção dispensada durante toda a trilha, alertando para raízes, espinhos, ajudando a transpor pedras e riachos foi o destaque. Em muitas de nossas viagens, lançamos mão de guias locais e quase sempre ficamos felizes com a escolha. Mas este menino é especial.
Pois bem, coletamos alguma água e iniciamos a subida para a Cachoeira do Fundo as 10:10h da manhã. As 11:40 chegamos ao nosso destino, incluindo muitas paradas para fotos. O percurso é deslumbrante.

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aiuruoca-trilha-cachoeira-do-fundo-3Cachoeira do Meio

A meio caminho, passamos pela Cachoeira do Meio, foto acima à direita. Passando por campos de samambaias secas, já podemos avistar a Cachoeira do Fundo, ao fundo (infame sorriso largo)

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Essa cachoeira tem 130 metros de altura, em 3 níveis. Na sua base o banho é imperdível.

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Após aproveitar a água fria, as hidros e o poço, retornamos à trilha para conhecer a Cachoeira Arco-íris, a meio caminho da volta. Também muito bonita. A trilha de descida para o poço é bem íngreme, mas nada sério. Sempre há uma raiz ou tronco para apoio. Vale a pena esta esticada de 15 minutos.

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No caminho de volta, fizemos contato com uma “senhora” Jararaca fechando a trilha e aquecendo o corpo na pedra após uma noite chuvosa. Com muito cuidado, a espantamos para o mato e seguimos nosso caminho.
Encerramos o dia com uma noite de caldos oferecida pela Elaine. Abrimos um bom vinho e levamos a prosa até onde o sono permitiu.

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Novo dia, e como o tempo exigiu, abortamos a subida ao Pico do Papagaio ou ao Morro Cabeça de Leão. Por sugestão do Lázaro, ficamos em baixo, e fomos conhecer o Poço das Fadas, bem próximo da Associação.

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O papagaio nativo desta região era o Cabeça Roxa, que não existe mais. Contudo, o local ainda é habitado por inúmeros pássaros, transformando o amanhecer, o entardecer e quase todo o dia, num redescobrir de pios e cantos infinito. Aiuruoca e o Pico do Papagaio fazem parte da Serra da Mantiqueira, na sua porção norte. O vale é abastecido pelo Ribeirão Água Preta. Conta-se por lá que ainda existem onças e felinos menores. No vale do Matutu já foram identificadas 293 espécies de aves e este número ainda vai crescer.
As árvores nativas são a Araucária (em processo de replantio de 5 mil mudas ao ano), o Guatumbu, Cedro, Jacarandá, Pitanga e Ipê.
Com minha modesta câmera fotográfica, registrei o que pude de alguns dos representantes plumados.

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Conclusões:

  • Turismo na Região – as trilhas, os acessos para as cachoeiras, as placas, enfim, quase nada ajuda o turista na hora de conhecer os atrativos da região. Bandeira_de_AiuruocaE são muitos os atrativos!
    O único esforço organizado para dar suporte ao visitante está no Vale do Matutu, através da Associação de Moradores e Amigos do Matutu, onde podemos conseguir orientações e guias locais. Dentro de Aiuruoca, na casa de Cultura, a primeira opção é a AJURU, que não atende. Já as estradas que levam as pousadas e aos atrativos precisam de muita atenção.
    De que vive Aiuruoca? Produção de leite em decadência.
    Hoje o turismo é importante (vide o grande número de pousadas disponível). Conheci aiuruoca-igreja-matrizinúmeros casos de visitantes que chegaram e saíram sem conhecer nada, dada a incapacidade de condução do turismo pelo órgão executivo da prefeitura e da falta de união dos empresários. Estes turistas não voltam e não propagam boas referências. Na opinião do Samir e da Elaine (donos da Pé da Mata), muito se pode fazer mesmo com inciativas privadas, mas a ausência de liderança e vontade política impede que as ideias sejam ao menos discutidas.
  • Vamos voltar – Nós vamos voltar a Aiuruoca porque somos persistentes e exigentes. Ainda vamos fazer a trilha do Pico do Papagaio e do Morro Cabeça do Leão, fotos abaixo e aproveitar melhor a tranquilidade e a natureza do lugar.

2 Comments

  1. MARCOS OLIVEIRA novembro 9, 2020
    • carlos novembro 9, 2020

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